Hoje em dia é comum uma discussão sobre o fator de ampliação conseguido com uma câmera digital com sensor menor que o padrão do filme 35 mm, já que ela resulta em um corte (crop) na imagem. Nesse artigo vou apresentar essa idéia de ampliação de dois pontos de vista: o ponto de vista padrão, matemático, adotado há algumas décadas e de um novo ponto de vista que chamei de ampliação estética, baseado na impressão estética da fotografia e que não é afetado por diferentes formatos de câmeras ou sensores. Alguns materiais (livros e acessórios) com tema macrofotografia encontrados na Amazon.

Se você ainda não sabe o que é macrofotografia, o que é 1:1 ou termos semelhantes recomendo ler primeiro o artigo macrofotografia neste site ou fazer um curso de macrofotografia.

Voltando um pouquinho às definições, a macrofotografia começa quando temos uma relação de 1:1 entre o assunto fotografado e a imagem projetada no meio de captura (tamanho da imagem capturada : tamanho real do assunto), ou seja, em 1:1 o assunto fotografado aparecerá no meio capturado, seja um sensor digital com crop ou não, um filme etc., com o seu tamanho real. Pensando por este ponto de vista o tamanho do sensor não influencia na ampliação conseguida. Chegamos a mesma conclusão pensando que uma mesma lente macro, que nos dê uma ampliação de 1:1, não terá nenhuma mudança em sua estrutura ótica ao ser colocada em uma câmera ou outra.

diferentes tamanhos de sensores

Agora pensemos nas câmeras com diferentes tamanhos de sensor. A diferença é que uma fullframe, como por exemplo a Canon EOS 5D, vai mostrar uma imagem de 3,6 cm de largura quando usar uma lente macro em ampliação 1:1. Já uma câmera como a Canon EOS 30D, que possui um fator de crop de 1,6x devido ao seu sensor menor, irá mostrar uma imagem de 2,25 cm de largura quando usar uma mesma lente macro em ampliação 1:1.

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Agora entramos em um grande e complicado dilema: se pensarmos apenas matematicamente, não haverá diferença entre uma imagem 1:1 obtida por uma câmera fullframe ou não - em ambas a imagem aparecerá no sensor no seu tamanho real. Já observando uma imagem lado a lado feito com as diferentes câmeras o resultado será bem diferente. Oticamente não há nenhuma mudança, o que acontece é que, como o sensor da EOS 30D é menor que o sensor da EOS 5D, teremos um corte nas bordas da imagem, resultando em uma ampliação estética maior que o obtido por uma câmera fullframe.

imagem captada nos diferentes sensores

Pensando assim, o 1:1 da fullframe é menor que o 1:1 de uma câmera com crop, então o que seria o 1:1? Para resolver esse problema acho interessante a definição da ampliação estética e não apenas o cálculo matemático anterior. Dessa maneira o melhor é normalizar as ampliações para o formato adotado preferencialmente para macrofotografia ao longo do tempo, ou seja, o filme 35 mm.

Então, seguindo esse 1:1 estético, 1:1 será quando a sua imagem fotografada mostrar uma área de 3,6 cm por 2,4 cm, o que acontece com as câmeras de filme 35 mm ou com as digitais fullframe. Assim, se você usar uma câmera como a EOS 30D com fator de crop 1,6x, você passa a ter 1,6:1 de ampliação já que a área fotografada será de 2,25 cm x 1,5 cm, mesmo com a imagem estando em proporção 1:1 no seu sensor.

imagem obtida em câmera fullframe

imagem obtida em câmera com crop 1,6x

Isso complicaria muito mais com as compactas, com sensores muito menores e de diferentes tamanhos em cada modelo ou fabricante. Então o mais fácil é adotar também a ampliação estética.

Um método prático calcular a ampliação conseguida com a sua câmera - qualquer uma delas, inclusive compactas com função macro, é fotografar uma régua usando a ampliação máxima possível de sua câmera/lente. Se sua câmera conseguir enquadrar 3,6 cm de largura, ela esta dando 1:1 de ampliação (estética), se ela enquadrar 1,8 cm de largura ela está dando 2:1 (3,6/1,8 = 2), se ela enquadrar 7,2 cm de largura ela ta dando 1:2 (3,6/7,2 = 1/2) e por aí vai.

Só tenha cuidado que, algumas outras definições e cálculos, como a profundidade de campo relacionada à ampliação, são baseadas na definição da ampliação matemática e não estética.

Agora só o tempo vai mostrar se o padrão estético será adotado como referência ou se será mantido o 1:1 matemático.

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Texto publicado originalmente por por Tacio Philip em 11/04/2007.